Deputados e senadores de oposição conseguiram as assinaturas necessárias para propor a criação de uma Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) destinada a investigar desvios de recursos no Instituto Nacional de Seguro Social (INSS). Segundo a investigação da Polícia Federal, um esquema de descontos não autorizados em benefícios de aposentados e pensionistas pode ter causado prejuízos de até R$ 6,3 bilhões entre 2019 e 2024. A CPMI, que inclui membros da Câmara e do Senado, é vista como uma alternativa para contornar a fila de pedidos de Comissões Parlamentares de Inquérito (CPIs) na Câmara dos Deputados.
Apesar do apoio demonstrado pelas 175 assinaturas de deputados e 30 de senadores, a instalação da comissão ainda depende da aprovação do presidente do Congresso. Enquanto isso, a Advocacia-Geral da União (AGU) e o INSS afirmam que um plano para ressarcir as vítimas está em fase final de elaboração. A pressão política em torno do caso já resultou na saída do então ministro da Previdência, que deixou o cargo após reunião com o presidente da República.
A articulação da CPMI reflete a busca por maior transparência e responsabilização no caso, com parlamentares destacando a necessidade de combater a impunidade. A oposição argumenta que a comissão mista é a via mais ágil para apurar as irregularidades, diante da lentidão nos processos da Câmara. O desfecho do caso agora depende da tramitação formal do requerimento e da decisão das lideranças do Congresso.