O conclave que irá eleger o sucessor do papa Francisco segue regras estabelecidas no século 13 pelo papa Gregório 10, após um processo de três anos — o mais longo da história. Gregório 10, eleito em meio a divisões profundas na Igreja Católica, criou normas para isolar os cardeais e evitar influências externas, garantindo uma decisão mais rápida e independente. Sua bula *Ubi periculum*, de 1274, introduziu medidas rigorosas, como o confinamento e a redução de alimentos, para pressionar os eleitores a chegarem a um consenso.
A eleição de Gregório 10 ocorreu em um contexto de rivalidade entre facções da Igreja, com cardeais divididos entre alianças políticas com o Sacro Império Romano Germânico e a França. O prolongado conclave só terminou com a escolha de um candidato de compromisso, Teobaldo Visconti, que nem mesmo era sacerdote na época. Sua eleição marcou o início de um papado focado em reconciliar divisões e fortalecer a autonomia da Igreja frente aos poderes seculares.
Embora algumas regras tenham sido suavizadas ao longo dos séculos, o princípio do isolamento dos cardeais permanece até hoje. O conclave moderno mantém a essência da tradição medieval, buscando assegurar que a escolha do líder da Igreja Católica seja feita sem interferências externas. O legado de Gregório 10 continua a influenciar um dos processos mais importantes da instituição.