Pessoas com maior compreensão de leitura e escrita enfrentam menos dificuldades em tarefas digitais, como compras online ou preenchimento de formulários. No entanto, mesmo entre os considerados alfabetizados proficientes, 40% têm desempenho médio ou baixo no ambiente digital, segundo o Indicador de Alfabetismo Funcional (Inaf). A pesquisa, realizada com 2.554 brasileiros entre 15 e 64 anos, mostrou que 95% dos analfabetos têm baixo desempenho digital, enquanto entre os jovens de 20 a 29 anos, 38% alcançam o nível mais alto.
A coordenadora do Observatório Fundação Itaú destacou a importância das habilidades digitais para inclusão social, já que serviços essenciais, como Pix e agendamento médico, dependem desse conhecimento. Roberto Catelli, da Ação Educativa, ressaltou que as desigualdades educacionais se refletem no mundo digital, limitando o acesso de populações com baixa escolaridade. O estudo alerta para a necessidade de capacitação, pois o domínio tecnológico é cada vez mais crucial para participação plena na sociedade.
O Inaf, retomado após seis anos, foi realizado em parceria com organizações como Unicef e Unesco. A margem de erro varia entre 2 e 3 pontos percentuais, com intervalo de confiança de 95%. Os resultados reforçam que, embora o digital seja uma ferramenta poderosa, ele também reproduz disparidades existentes, exigindo políticas públicas que combinem educação tradicional e letramento digital para reduzir as lacunas.