O Dossiê Mulher 2024, divulgado pelo Instituto de Segurança Pública (ISP) do Rio de Janeiro, revela que, em 2023, 83% dos feminicídios no estado ocorreram por conflitos relacionados a relacionamentos, sendo a maioria dos autores companheiros ou ex-companheiros das vítimas. Apesar de uma queda de 11% no número de feminicídios em comparação ao ano anterior, com 99 vítimas em 2023, o documento destaca a persistente gravidade da situação. A violência psicológica, com 51.019 casos registrados, foi a mais prevalente, seguida de agressões físicas e ameaças, muitas vezes ocorrendo dentro de residências e entre pessoas com históricos de violência doméstica.
Além dos feminicídios, outros tipos de violência contra a mulher, como a violência doméstica, atingiram aproximadamente 141 mil mulheres em 2023. O estudo mostrou que 38% das vítimas sofreram simultaneamente agressões psicológicas e físicas. A violência sexual também permanece uma preocupação significativa, com 4.759 vítimas de estupro no ano, e uma redução de 3% nos casos de estupro em relação ao ano anterior. O relatório também ressaltou o aumento das agressões em ambientes virtuais, com mais de 2.100 casos de violência psicológica pela internet.
O ISP aponta ainda que a violência contra a mulher afeta profundamente as famílias das vítimas, com muitos filhos presenciando ou sendo diretamente impactados pelas mortes. O governo do Rio tem implementado programas de prevenção e apoio às vítimas, como o Patrulha Maria da Penha e o aplicativo Rede Mulher, que tiveram um aumento significativo de atendimentos em 2023. O Dossiê também destaca a importância do fortalecimento das instituições e da criação de políticas públicas mais eficazes para a proteção das mulheres e a prevenção desses crimes.