Hospitais brasileiros têm utilizado vodca administrada por sonda como medida emergencial para tratar intoxicações por metanol, segundo informações do Centro de Informação e Assistência Toxicológica (CIATox) da Unicamp. Essa prática é adotada para ganhar tempo até que os antídotos recomendados, como fomepizol e etanol absoluto, estejam disponíveis para o paciente.
O metanol é uma substância altamente tóxica que pode causar sintomas graves e até levar à morte. O tratamento ideal envolve o uso do fomepizol, que inibe a enzima responsável pela transformação do metanol em compostos tóxicos. No entanto, esse medicamento não está disponível no Brasil e precisa ser importado. Em sua ausência, o etanol absoluto é utilizado, embora seu efeito seja mais lento e cause embriaguez. A vodca, com teor alcoólico constante em torno de 40%, tem sido empregada para retardar a metabolização do metanol até o início do tratamento adequado.
Recentemente, o governo de São Paulo confirmou cinco mortes por intoxicação por metanol, uma delas comprovadamente causada por bebida adulterada. A escassez de antídotos essenciais no país ressalta a urgência de políticas públicas para garantir o acesso a medicamentos vitais em emergências toxicológicas. Especialistas alertam para a importância da prevenção e do controle rigoroso na comercialização de bebidas alcoólicas para evitar novos casos.