A Justiça de São Paulo aceitou a denúncia do Ministério Público e tornou réus o prefeito afastado de São Bernardo do Campo, Marcelo Lima (Podemos), e mais nove pessoas, incluindo vereadores e empresários, acusados de organização criminosa e lavagem de dinheiro. O esquema criminoso, que começou em 2022, foi descoberto pela Polícia Federal e envolve desvio de recursos públicos em contratos da prefeitura com empresas privadas. O processo tramita em segredo de Justiça, enquanto a vice-prefeita Jessica Cormick assume o comando da cidade após o afastamento do prefeito.
Segundo a denúncia do procurador-geral Paulo Sérgio de Oliveira e Costa, os denunciados são acusados de obter contratos públicos e desviar recursos por meio de empresas ligadas à Prefeitura e à Fundação ABC. O Ministério Público não fixou uma multa específica, mas pediu o bloqueio de bens dos envolvidos, estimando um prejuízo ao município de até R$ 16.913.124,00. A investigação começou após a Polícia Federal encontrar cerca de R$ 14 milhões com um servidor ligado ao prefeito, apontado como operador financeiro do esquema.
As evidências indicam que o servidor Paulo Iran controlava as finanças do prefeito e pagava despesas pessoais dele e da família. Conversas entre Marcelo Lima e Paulo Iran mostram uma relação de subordinação, com o prefeito solicitando pagamentos. A operação da PF resultou na apreensão de quase R$ 13 milhões e US$ 157 mil em espécie, enquanto o servidor está foragido após ter sua prisão preventiva decretada pela Justiça.