O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, anunciou nesta quinta-feira (28) um pacote de corte de gastos, que inclui mudanças significativas no abono salarial. O benefício, destinado a trabalhadores com rendimento de até dois salários mínimos, será restrito a quem recebe até R$ 2.640 mensais. Essa alteração visa reduzir o número de pessoas beneficiadas, com o valor do abono sendo corrigido pela inflação anualmente. A medida ainda prevê uma transição gradual para um salário mínimo e meio, que deve ocorrer até 2035, quando o valor será estabilizado.
Durante o anúncio, Haddad afirmou que o abono salarial perdeu relevância diante da criação de outros programas sociais mais abrangentes, e que a mudança no benefício faz parte de uma reestruturação fiscal. A nova proposta, que inclui a correção do abono de acordo com a inflação, visa ajustar o benefício às novas condições econômicas, mantendo-o, ao longo do tempo, em patamares mais próximos do salário mínimo e meio.
Atualmente, para receber o abono salarial, o trabalhador precisa ter atuado pelo menos 30 dias no ano anterior e estar cadastrado no PIS ou no Pasep há pelo menos cinco anos. A expectativa do governo é que, com o ajuste fiscal e a reestruturação de benefícios, o impacto nas contas públicas seja positivo, contribuindo para um controle maior da inflação e dos gastos públicos no longo prazo.