A Procuradoria-Geral da República (PGR) apresentou, na sexta-feira (22), uma denúncia contra Eduardo Tagliaferro, ex-assessor do ministro Alexandre de Moraes no Tribunal Superior Eleitoral (TSE). O Ministério Público Federal (MPF) acusa Tagliaferro de quatro crimes relacionados ao vazamento de informações sigilosas obtidas durante seu exercício no cargo, incluindo violação de sigilo funcional e obstrução de investigação criminal.
Segundo a denúncia assinada pelo procurador-geral Paulo Gonet, os crimes foram cometidos entre maio de 2023 e julho de 2025. Durante esse período, Tagliaferro revelou à imprensa diálogos confidenciais com servidores do Supremo Tribunal Federal (STF) e do TSE, confirmando sua interação com um jornalista da Folha de S.Paulo. As mensagens trocadas em abril de 2024 indicam que o ex-assessor tinha conhecimento das investigações em curso contra o ministro e se comprometeu a não ser identificado na reportagem.
A PGR sustenta que o vazamento foi uma ação estratégica para favorecer uma organização criminosa investigada por tentativa de golpe de Estado e disseminação de fake news. O caso tramita no STF devido à sua conexão com outras investigações em andamento, incluindo os inquéritos sobre fake news e milícias digitais. A PGR também solicita a fixação de um valor para reparação dos danos causados pelos crimes denunciados.