No primeiro semestre de 2025, o dólar americano enfrentou sua pior performance em mais de cinquenta anos, com uma desvalorização acumulada de 11% no U.S. Dollar Index, que mede a força da moeda em relação a outras seis moedas principais. Essa queda levanta questionamentos entre investidores e analistas financeiros sobre a sustentabilidade da dominância do dólar, especialmente em um cenário de crescente desconfiança em relação à política monetária dos Estados Unidos.
A desvalorização do dólar coincide com uma diminuição gradual na sua participação nas reservas cambiais globais, que atualmente somam mais de US$ 12 trilhões, com 57% alocados em dólares. Além disso, a crescente demanda por ouro como alternativa às moedas tradicionais e a utilização de outras moedas no comércio internacional indicam uma tendência de ‘desdolarização’, conforme apontado por um relatório do banco J.P. Morgan.
As implicações dessa desvalorização são significativas, pois podem alterar as dinâmicas do comércio global e a forma como os países conduzem suas políticas monetárias. A redução da participação estrangeira nos títulos do Tesouro dos EUA e o uso de moedas locais para transações internacionais, especialmente em setores como energia, podem sinalizar um novo capítulo nas relações econômicas globais, desafiando a hegemonia histórica do dólar americano.