Na segunda-feira, 4, os democratas do Texas impediram o avanço de um novo mapa eleitoral proposto pelo ex-presidente Donald Trump, que visava alterar a composição do Congresso. A proposta, se aprovada, poderia garantir ao Partido Republicano cinco cadeiras adicionais, fortalecendo sua posição nas eleições de meio de mandato em 2026. A manobra ocorreu em meio a uma sessão extraordinária da Câmara do Estado, dominada pelos republicanos.
A estratégia dos democratas envolveu a saída de dezenas de membros da Câmara, resultando na falta de quórum necessário para a realização das votações. O governador do Texas, Greg Abbott, ameaçou tomar medidas contra os ausentes, alegando possíveis crimes, embora os democratas contestem sua autoridade para tal ação. Gene Wu, presidente da bancada democrata, afirmou que a decisão de se afastar foi tomada com "absoluta clareza moral".
Os democratas planejam permanecer fora do Estado por duas semanas, enquanto a sessão extraordinária de 30 dias se aproxima do fim. No entanto, a possibilidade de novas sessões convocadas por Abbott preocupa a oposição, que não confirmou se poderá manter a estratégia a longo prazo. A Câmara já emitiu mandados de prisão civil para forçar o retorno dos membros ausentes, mas a eficácia dessas ordens fora do Texas permanece incerta.
Esta é a segunda vez em quatro anos que os democratas adotam essa tática para bloquear votações no Texas, tendo ocorrido um impasse semelhante em 2021 contra restrições ao processo de votação. A ação atual reflete a preocupação dos democratas em não permitir que mudanças no mapa eleitoral comprometam o poder das comunidades que representam, conforme destacado por Josh Rush Nisenson, porta-voz da bancada.