A Procuradoria-Geral da República (PGR) manifestou-se favorável à permanência na prisão de um militar acusado de tentar obstruir as investigações sobre um suposto plano golpista durante o governo anterior. O caso, que envolve figuras próximas ao ex-presidente, teve a denúncia aceita pelo Supremo Tribunal Federal (STF), mas a PGR argumenta que o risco de interferência nas apurações persiste. O réu está detido desde dezembro, após ser acusado de tentar contatar um dos delatores do suposto esquema.
O STF já havia decidido, por unanimidade, manter a prisão após analisar os riscos à investigação. A defesa do militar solicitou a liberdade após ele se tornar réu formal, mas o procurador-geral Paulo Gonet afirmou que a aceitação da denúncia não elimina a possibilidade de obstrução. O processo ainda não entrou na fase de instrução, e a PGR defende que as provas devem ser preservadas até o fim do julgamento.
O chamado “núcleo central” do suposto golpe inclui oito réus, entre eles um ex-presidente e ex-integrantes de seu governo. Eles são acusados de participar de uma trama para manter o poder após as eleições de 2022. O caso segue sob relatoria do ministro Alexandre de Moraes, e as decisões judiciais têm sido baseadas no risco de interferência nas investigações.