Vestígios materiais, como um casco de tartaruga e uma vasilha de cerâmica, encontrados em 2020, indicam a presença de povos indígenas isolados na terra indígena Ituna/Itatá, localizada na Amazônia Legal, no estado do Pará. A área, que possui uma extensão semelhante à da cidade de São Paulo, é protegida por uma portaria provisória que visa prevenir a destruição florestal e garantir a proteção dos grupos indígenas não contatados.
Organizações indígenas solicitam ao governo mais expedições para confirmar a presença desses povos isolados, o que permitiria a demarcação definitiva da área para preservação. Na terra indígena vizinha, Koatinemo, cerca de 300 membros do povo Asurini relatam encontros com grupos isolados, reforçando a necessidade de proteção da região. O idoso Takamyí Asurini compartilhou sua experiência de avistamento de um jovem indígena isolado, destacando a importância da preservação cultural e territorial.
Desde 2011, o acesso a Ituna/Itatá é restrito para garantir a proteção dos povos indígenas isolados, conforme decisão das autoridades em 18 de junho. A Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai) reconhece 114 registros de presença de indígenas isolados na Amazônia, sendo que cerca de um quarto desses registros são considerados confirmados. No entanto, a falta de medidas efetivas para a proteção territorial desses grupos é uma preocupação constante, conforme apontado por líderes indígenas e ativistas.
A situação ambiental na região é alarmante, com um aumento significativo do desmatamento nas terras não indígenas, enquanto as terras indígenas têm apresentado uma queda de apenas 2% na vegetação nativa desde 1998. Ituna/Itatá, que enfrenta pressões do garimpo ilegal e desmatamento, se tornou a terra indígena mais desmatada do Brasil durante a presidência de Jair Bolsonaro, refletindo a necessidade urgente de ações de proteção e preservação.