A fabricante brasileira de armas Taurus registrou uma queda de 21% em suas ações na Bolsa de Valores desde que o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou tarifas de 50% sobre produtos brasileiros. Essa desvalorização representa uma perda superior a R$ 200 milhões em valor de mercado para a companhia, que exporta 85% de sua produção para o mercado norte-americano.
O CEO da Taurus, Salesio Nuhs, está agendado para se reunir com o vice-presidente Geraldo Alckmin em Brasília, onde discutirá as implicações das novas tarifas. Nuhs, que também preside a Associação Nacional da Indústria de Armas e Munições (Aniam), expressou preocupação com o que considera um "praticamente um embargo comercial", que pode ter consequências diplomáticas e econômicas significativas para a indústria.
Historicamente, as ações da Taurus tiveram um desempenho positivo durante o governo Bolsonaro, com um faturamento operacional líquido de cerca de R$ 1,7 bilhão em 2022, um aumento de 40% em relação ao ano anterior. Contudo, 82% das vendas da empresa são destinadas ao exterior, com os Estados Unidos como principal mercado, onde foram vendidas 1 milhão de armas em 2024.
A Taurus possui uma fábrica na Geórgia, inaugurada em 2019, que ajuda a mitigar o impacto das tarifas, embora apenas 28% de sua produção ocorra nessa unidade. A empresa reconhece uma desaceleração no mercado americano, influenciada por incertezas econômicas, e planeja expandir sua produção para outros países em busca de novos mercados.