A gestão de Marcio Pochmann à frente do IBGE tem gerado intensas críticas por parte de funcionários e do Sindicato Nacional dos Trabalhadores do IBGE (Assibge). Entre os pontos de tensão estão a falta de diálogo sobre mudanças administrativas, como a proposta de alteração do estatuto do órgão e o fim do teletrabalho integral. As discussões se intensificaram a partir da criação da Fundação IBGE+, uma nova estrutura privada que, segundo críticos, poderia comprometer a autonomia do instituto e permitir a influência de empresas privadas em pesquisas, prejudicando a credibilidade da instituição.
A relação entre Pochmann e os funcionários piorou com a troca de diretores e protestos organizados pelos trabalhadores, que exigiram sua saída. Além disso, o anúncio de que o núcleo do IBGE no Rio seria transferido gerou críticas sobre o impacto negativo nas condições de trabalho. A situação foi ainda mais agravada por uma série de medidas administrativas controversas, como o aumento das trocas de cargos e a suspensão de ações voltadas ao sindicato, como o aluguel de espaços do instituto, gerando acusações de retaliação.
A criação do IBGE+ também gerou polêmica a nível político, com alguns parlamentares questionando sua legalidade. A senadora Tereza Cristina apresentou um projeto de decreto legislativo para barrar a fundação, alegando que ela não teria a autorização do Congresso, colocando em risco a autonomia institucional do IBGE. Em paralelo, o lançamento de uma publicação do instituto, com a assinatura de uma governadora, foi visto como uma tentativa de uso político do IBGE, o que gerou novas críticas sobre a imparcialidade da gestão.