O governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) está considerando retaliações no âmbito das patentes e propriedades intelectuais em resposta às tarifas de 50% impostas pelo ex-presidente Donald Trump (Partido Republicano), que entrarão em vigor em 1º de agosto. A análise é parte de uma estratégia diplomática que remete a uma disputa anterior entre Brasil e Estados Unidos na Organização Mundial do Comércio (OMC). Em 2013, o Brasil já havia iniciado um processo de retaliação devido a subsídios americanos ao algodão, o que resultou em negociações sobre direitos de propriedade intelectual.
A equipe do governo Lula acredita que a questão das patentes pode ser um ponto de interesse para os EUA, potencialmente incentivando Trump a reconsiderar as tarifas. O presidente Lula, por sua vez, opta por não entrar em um embate retórico com o ex-presidente americano, mas pretende manter uma postura firme nas decisões e declarações. A expectativa é que o governo aguarde as próximas semanas para avaliar a reação dos Estados Unidos antes de tomar uma decisão definitiva.
A comunicação do governo enfatiza o conceito de "soberania" como central na abordagem da questão tarifária. Lula, em uma publicação nas redes sociais, afirmou que "o Brasil é um país soberano" e que não aceitará ser tutelado. Essa mensagem foi amplamente compartilhada por membros do governo, incluindo o ministro da Secretaria Geral da Presidência, Márcio Macêdo, que criticou a tentativa de Trump de "invadir a soberania do Brasil" ao apoiar o ex-presidente Jair Bolsonaro, réu por tentativa de golpe no STF.