Após uma madrugada de intensas negociações, os representantes dos Brics concluíram neste sábado a declaração que será divulgada no domingo, conforme revelaram fontes próximas às discussões. O acordo aborda três pontos críticos que haviam gerado impasses entre os 11 membros do bloco, destacando o compromisso com o consenso em meio à rápida expansão do grupo.
Um dos principais desafios enfrentados foi a linguagem a ser utilizada em relação à crise no Oriente Médio, especialmente os conflitos entre Israel e Irã e a situação na Faixa de Gaza. Alguns países demandaram um tom mais firme, superando a abordagem mais cautelosa adotada em abril, quando os ministros expressaram apenas 'séria preocupação' sobre os conflitos na região.
Outro ponto delicado resolvido foi a reforma do Conselho de Segurança da ONU, que havia impedido a publicação de uma declaração anterior. Os novos membros africanos do Brics relutavam em apoiar a África do Sul como candidata a uma vaga no conselho reformado. A nova declaração, no entanto, inclui apoio ao Brasil e à Índia, mantendo a possibilidade de apoio a um país africano, refletindo um consenso regional.
Com a entrada de seis novos membros em 2024, incluindo Egito, Etiópia, Indonésia, Irã, Arábia Saudita e Emirados Árabes Unidos, o Brics busca fortalecer sua voz em questões geopolíticas, apesar das complexidades geradas pela expansão. A declaração também reafirma a condenação às políticas comerciais dos Estados Unidos, sem mencionar diretamente o ex-presidente Donald Trump, e enfatiza a defesa da Organização Mundial do Comércio.