O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, anunciou nesta terça-feira (31) uma parceria com os países do Brics para o desenvolvimento de terapias celulares voltadas ao tratamento do câncer. A iniciativa visa criar uma estrutura nacional que possibilite a produção de um dos tratamentos mais avançados e caros da medicina atual, com custos que podem ultrapassar R$ 3 milhões por paciente.
Atualmente, as terapias celulares, como a CAR-T, utilizam células do próprio sistema imunológico do paciente para combater tumores. Apesar de já apresentarem resultados promissores em cânceres hematológicos, como leucemias e linfomas, a aplicação em tumores sólidos ainda enfrenta desafios significativos. O governo brasileiro espera nacionalizar parte do processo, reduzindo custos e ampliando o acesso a essa tecnologia inovadora.
O tratamento, que envolve a extração, modificação genética e reinfusão das células T, é complexo e exige centros especializados devido aos possíveis efeitos colaterais severos. Atualmente, o Sistema Único de Saúde (SUS) não oferece essa modalidade de tratamento, embora alguns planos de saúde cubram terapias celulares aprovadas pela Anvisa. A expectativa é que a nova parceria traga avanços significativos na luta contra o câncer no Brasil.