O Partido para a Liberdade (PVV), de extrema-direita, anunciou nesta terça-feira (3) sua saída da coalizão governista da Holanda, colocando o governo conservador à beira do colapso e abrindo caminho para possíveis eleições antecipadas. O líder do PVV, Geert Wilders, justificou a decisão com a falta de apoio dos outros três partidos da coalizão às suas propostas para restringir a migração por asilo. Wilders informou que todos os ministros do partido renunciarão, mas o primeiro-ministro, Dick Schoof, ainda não se pronunciou sobre o caso.
A crise política ocorre em um momento de ascensão da extrema-direita na Europa, com eleições recentes na Polônia e na República Tcheca refletindo esse cenário. A saída do PVV também pode atrasar decisões sobre gastos com defesa, afetando o cumprimento das metas da OTAN, e deixar o país com um governo interino durante a cúpula da aliança em Haia, marcada para este mês. Os parceiros de coalizão criticaram a decisão de Wilders, classificando-a como irresponsável em um contexto de guerra no continente e tensões com a Rússia.
Wilders, que venceu as eleições de 2023 com 23% dos votos, perdeu parte do apoio desde que ingressou no governo, segundo pesquisas recentes. Seu partido agora aparece empatado com a aliança Trabalhista/Verde nas intenções de voto. A saída do PVV deixa os demais partidos com a opção de formar um governo minoritário, mas a expectativa é que novas eleições sejam convocadas. O líder da oposição, Frans Timmermans, defendeu que essa é a única forma de garantir estabilidade política no país.