A Bancada Feminista do Psol na Câmara Municipal de São Paulo apresentou um projeto de lei para proibir que pessoas condenadas por feminicídio sejam homenageadas com nomes de ruas na capital. A proposta também prevê a alteração de duas vias na região central que atualmente levam nomes de homens acusados de assassinar mulheres. A iniciativa busca modificar a legislação municipal de 2007, que já impõe restrições à nomeação de logradouros públicos, mas não menciona especificamente crimes contra mulheres.
A ideia partiu de um artigo da historiadora e urbanista Maíra Rosin, intitulado “Vias sujas de sangue”, que critica a falta de impedimentos legais para homenagens a criminosos de violência de gênero. As ruas Peixoto Gomide, próxima à Avenida Paulista, e Moacir Piza, no bairro Cerqueira César, estão entre as que podem ser renomeadas. A proposta sugere substituí-las por nomes de vítimas, como forma de reparação histórica.
Além da mudança na lei, o Psol lançará um abaixo-assinado online para mobilizar apoio popular à causa. O projeto visa não apenas corrigir homenagens inadequadas, mas também reforçar o combate à violência de gênero por meio do simbolismo urbano. A medida reflete um debate crescente sobre como espaços públicos podem perpetuar ou desafiar desigualdades históricas.