O povo romani, composto principalmente pelas etnias calon, rom e sinti, carrega séculos de diáspora, perseguição e resistência, além de uma rica cultura e tradição. No Brasil, onde sua presença remonta ao século 16, esses grupos enfrentam invisibilidade e falta de acesso a políticas públicas básicas, como educação, saúde e moradia. A série de reportagens “Invisíveis do Brasil”, da Agência Brasil, amplia as vozes dessas lideranças e destaca suas principais demandas, como o combate ao racismo e a implementação do Estatuto dos Povos Ciganos, projeto parado no Congresso.
A história do povo romani no país é marcada por políticas persecutórias, desde o degredo forçado durante o período colonial até violências recentes, como as “correrias ciganas”. Apesar disso, sua população é estimada em até 1 milhão de pessoas, segundo o IBGE. Lideranças destacam a necessidade de respeito às suas especificidades culturais, sem segregá-los em guetos, e reivindicam direitos já garantidos a outros grupos, como acesso à educação e ao trabalho.
Recentemente, o governo federal instituiu o Plano Nacional de Políticas para Povos Ciganos, tornando o Brasil o segundo país do mundo a adotar uma política específica para essa população. O plano, que abrange ações até 2027, visa combater o anticiganismo e garantir direitos básicos, como saúde e documentação civil. A medida é um avanço, mas as lideranças enfatizam que a efetivação dessas políticas ainda depende de maior engajamento do Estado e da sociedade.