O governo brasileiro apresentou um pacote de medidas fiscais que inclui alterações significativas nas regras do abono salarial, um benefício destinado aos trabalhadores de baixa renda. Atualmente, o benefício é concedido a quem recebe até dois salários mínimos, mas com a nova proposta, a renda para ter direito ao abono será fixada em R$ 2.640. Este valor será ajustado anualmente pelo INPC (Índice Nacional de Preços ao Consumidor) até atingir o nível de um salário mínimo e meio, mas a plena convergência para esse valor só ocorrerá em 2035.
A mudança no abono salarial reflete um ajuste nas condições econômicas, com a valorização do salário mínimo e o bom desempenho do mercado de trabalho, o que fez com que o benefício fosse estendido a trabalhadores com rendimentos maiores ao longo do tempo. O governo defende que o novo formato do abono salarial tem como objetivo uma gestão mais eficiente dos recursos públicos, permitindo que os benefícios sejam pagos de maneira mais focada e com maior sustentabilidade fiscal.
As estimativas indicam uma economia crescente nos próximos anos com a mudança: R$ 100 milhões em 2025, R$ 600 milhões em 2026, e valores mais expressivos a partir de 2027, quando se espera uma economia de até R$ 6,7 bilhões em 2030. A redução gradual do valor do abono, prevista até 2035, será progressiva, acompanhando o decréscimo do limite de acesso ao benefício, que passará de dois para 1,5 salários mínimos ao longo de uma década.