As enchentes no Rio Grande do Sul em 2024 tornaram-se o maior evento de deslocamento interno por desastres naturais já registrado no Brasil desde 2008, com quase 800 mil pessoas obrigadas a deixar suas casas. Além das inundações, a seca na Região Norte deslocou outras 35 mil, evidenciando como os fenômenos climáticos extremos estão se intensificando no país. Segundo especialistas, as mudanças climáticas amplificam esses desastres, tornando-os mais frequentes e imprevisíveis, enquanto a falta de preparo agrava o impacto sobre as populações vulneráveis.
Conflitos e guerras ainda lideram os deslocamentos forçados globalmente, mas no Brasil o cenário é dominado por crises ambientais. O pesquisador Vicente Anzellini destaca que o aumento das temperaturas globais está diretamente ligado ao crescimento desses eventos. Soluções como planejamento urbano adaptado, gestão de riscos e iniciativas baseadas na natureza são apontadas como essenciais para reduzir danos futuros.
Relatos de vítimas ilustram o trauma e a busca por recomeço. Muitos, como uma dona de casa abrigada em Canoas, expressam o desejo de deixar para trás o passado e reconstruir a vida longe das áreas afetadas. O estudo reforça a urgência de políticas públicas eficazes para mitigar os efeitos dessas crises e oferecer apoio duradouro aos deslocados.