Durante décadas, a Igreja Católica enfrentou o desafio de lidar com abusos sexuais cometidos por membros do clero contra crianças, um tema que ganhou maior atenção sob o pontificado do papa Francisco. O pontífice argentino implementou medidas significativas, como a obrigatoriedade de denúncias de suspeitas de abuso e a remoção do sigilo pontifício sobre esses casos, permitindo que documentos fossem compartilhados com autoridades civis. No entanto, críticos argumentam que as ações ainda são insuficientes, destacando a falta de transparência pública e a necessidade de uma lei universal que afaste permanentemente do ministério os envolvidos em crimes comprovados.
Agora, com a eleição de um novo papa, o tema volta ao centro do debate. Organizações de vítimas e defensores dos direitos humanos pressionam para que o próximo líder da Igreja priorize a proteção de crianças e a responsabilização dos abusadores. O conclave, que começa nesta quarta-feira (7), terá como um de seus principais desafios restaurar a confiança dos fiéis e a autoridade moral da instituição, abalada por anos de escândalos.
Embora Francisco tenha marcado um ponto de virada ao admitir erros e forçar a renúncia de bispos envolvidos em encobrimentos, as vítimas continuam exigindo ações mais concretas. A Snap e outras entidades monitoram de perto o processo de eleição, analisando o histórico dos cardeais no tratamento de casos de abuso. O próximo papa herdará não apenas uma crise institucional, mas também a expectativa de mudanças profundas na forma como a Igreja lida com esse legado doloroso.