A cheia dos rios no Amazonas já afeta mais de 200 mil pessoas, com 20 cidades em estado de emergência. Além dos riscos de afogamentos e acidentes com animais peçonhentos, o contato com águas contaminadas tem aumentado os casos de doenças, especialmente gastrointestinais. Em Benjamin Constant, o número de notificações em apenas 15 dias de maio já quase igualou ao total de abril, superando 400 casos. Agentes de saúde percorrem comunidades ribeirinhas distribuindo medicamentos e hipoclorito de sódio para mitigar os riscos.
As aulas nos municípios impactados não foram suspensas, mas precisaram ser adaptadas. Em Benjamin Constant, alunos da zona rural são transportados pelo rio, e as escolas também servem como espaços de conscientização sobre os perigos da enchente. Pesquisas da UFAM comprovaram a contaminação do rio Javari por coliformes fecais, o que representa um risco direto à saúde, principalmente de crianças e idosos, seja por ingestão ou simples contato com a água.
Em Tabatinga, vizinha a Benjamin Constant, o rio Solimões apresentou leve recuo, indicando possível estabilização. A esperança dos ribeirinhos é que as águas baixem logo, permitindo o retorno à normalidade. Enquanto isso, a população enfrenta desafios diários, desde a interrupção de atividades cotidianas até o aumento de doenças, destacando a urgência de medidas preventivas e de assistência.