O programa Smart Sampa, iniciativa de vigilância com reconhecimento facial da Prefeitura de São Paulo, já resultou na captura de 953 foragidos da Justiça desde sua implementação em novembro do ano passado. Com 25 mil câmeras espalhadas pela cidade —sendo 5.000 de propriedade de empresas privadas—, o sistema utiliza algoritmos para identificar rostos com 92% de similaridade com procurados da base de dados nacional. A operação é centralizada em um edifício no centro da cidade, onde 400 agentes trabalham em turnos, coordenando ações com viaturas e drones da Guarda Civil Metropolitana (GCM).
O algoritmo do Smart Sampa analisa imagens 24 horas por dia, emitindo alertas quando detecta correspondências parciais (80% de similaridade), mas só autoriza a intervenção humana após atingir o patamar de 92% de confiança. Segundo o secretário de Segurança Urbana, Orlando Morando, o sistema georreferencia viaturas e agentes, permitindo que prisões ocorram em até dez minutos após a identificação. Até agora, não houve contestação judicial ou erros reportados no reconhecimento facial, embora especialistas questionem a transparência e o controle social do programa.
O plano da gestão municipal é expandir o Smart Sampa para 30 mil câmeras até o fim de 2024 e 40 mil até 2028, além de testar câmeras em motos da GCM para agilizar a recuperação de veículos roubados. Relatórios de monitoramento devem ser divulgados após seis meses de operação, atendendo a demandas por maior fiscalização. Enquanto isso, o programa segue como principal aposta da prefeitura na área de segurança pública, mesmo com debates pendentes sobre privacidade e regulamentação.