As novas tarifas de importação anunciadas pelos Estados Unidos entraram em vigor neste sábado (5), atingindo mais de 180 países e regiões, entre eles o Brasil, que terá alíquotas de 10% sobre todos os produtos enviados ao mercado norte-americano. A medida, defendida como uma forma de fortalecer a indústria local e reduzir o déficit comercial, também inclui taxas elevadas para a União Europeia (20%), China (34%), Coreia do Sul (25%) e Japão (24%). O governo argumenta que a estratégia visa incentivar a produção doméstica e servir como ferramenta de negociação em acordos internacionais.
Por outro lado, especialistas alertam para os possíveis efeitos negativos, como o aumento da inflação nos EUA devido ao encarecimento de produtos importados. Além disso, há preocupações sobre a capacidade da indústria norte-americana de suprir a demanda interna caso as importações diminuam significativamente. Outro risco é a manutenção de juros elevados pelo Federal Reserve, o que poderia desacelerar a economia global e afetar países como o Brasil, pressionando o câmbio e o custo do crédito.
A medida, chamada de “Dia da Libertação” por seus defensores, já gerou reações nos mercados, com quedas nas bolsas de valores dos EUA, Europa e Ásia no dia seguinte ao anúncio. Enquanto o governo norte-americano vê as tarifas como um passo para a “independência econômica”, analistas temem que a política possa levar a um desaquecimento da economia global e a tensões comerciais prolongadas.