Cerca de 5% da população mundial sofre com o Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH), um distúrbio neurobiológico que afeta principalmente crianças, impactando seu desempenho escolar e qualidade de vida. Pesquisadores do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia em Neurotecnologia Responsável (INCT NeuroTec-R) da UFMG investigaram o efeito da música instrumental como estratégia complementar ao tratamento. O estudo, publicado no Interactive Journal of Medical Research, mostrou que crianças com e sem TDAH cometem menos erros em tarefas de atenção quando ouvem música instrumental de fundo.
O estudo envolveu 76 meninos entre 10 e 12 anos, divididos em grupos com e sem diagnóstico de TDAH. Eles realizaram um teste de atenção padronizado, o ANT, com e sem música instrumental. Os resultados indicaram que a música não acelerou o tempo de reação, mas reduziu significativamente os erros, sugerindo que o estímulo sonoro cria um ambiente mais propício para o foco e a motivação. A escolha de músicas sem letra, como trilhas sonoras ou clássicas, foi um fator importante para o efeito observado.
Os achados reforçam a música como uma ferramenta acessível para melhorar a atenção seletiva e a regulação emocional, especialmente em crianças com TDAH. Os pesquisadores destacam a necessidade de mais estudos para explorar diferentes gêneros musicais e contextos de tarefas. Além disso, enfatizam a importância do acompanhamento profissional e da personalização da estratégia, já que cada criança responde de forma única. A descoberta abre caminho para intervenções simples e eficazes no dia a dia de famílias e educadores.