Na véspera, o dólar registrou uma alta significativa, sendo cotado a R$ 5,9124, o maior valor desde sua história, enquanto o Ibovespa fechou com queda de 1,73%, refletindo um desempenho negativo no mercado acionário. O cenário econômico segue em tensão com investidores atentos ao pacote fiscal do governo, que inclui a proposta de isenção do Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5 mil mensais, além de cortes de R$ 70 bilhões nos gastos públicos entre 2025 e 2026. Essas medidas, anunciadas pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad, buscam controlar o aumento da dívida pública, mas também geram incertezas sobre seus impactos a longo prazo.
Embora o corte de gastos tenha sido amplamente esperado, o anúncio da isenção do IR tem gerado divisões, especialmente entre analistas econômicos. A medida, prometida por campanhas eleitorais, pode custar até R$ 40 bilhões anuais aos cofres públicos, o que coloca em dúvida a eficácia do pacote de contenção de despesas. Para alguns, a isenção pode enfraquecer o compromisso do governo com o equilíbrio fiscal, principalmente considerando o impacto potencial sobre o orçamento futuro. Em contrapartida, o governo argumenta que a compensação virá por meio de aumentos de impostos sobre os mais ricos.
O mercado financeiro, já cauteloso com a condução das contas públicas, permanece em alerta. A valorização do dólar reflete a insegurança dos investidores em relação à capacidade do governo de equilibrar suas contas sem prejudicar a confiança externa. A expectativa é de que mais detalhes sobre o financiamento das medidas fiscais sejam esclarecidos nos próximos dias, já que os mercados aguardam mais previsibilidade sobre como o governo pretende lidar com as receitas e despesas em um cenário de aumento das tensões fiscais.