A deputada indígena Célia Xakriabá relatou que foi negado atendimento a ela por parte do Corpo de Bombeiros após ser atingida por spray de pimenta durante um ato pacífico em frente ao Congresso Nacional. Ela descreveu a cena como um “circo de spray de pimenta”, que a deixou com dificuldades respiratórias e queimaduras nos dedos. A parlamentar afirmou que precisou da intervenção de sua advogada e de organizações indígenas para conseguir acesso ao prédio, além de ter sua identidade questionada pela Polícia Legislativa.
O episódio ocorreu quando um grupo de manifestantes tentou subir a rampa do Congresso e foi contido por policiais com gás lacrimogêneo e bombas de efeito moral. Xakriabá destacou que o protesto era pacífico e criticou comparações com os eventos de 8 de janeiro, reforçando que não houve depredação ou intenção de invadir o prédio. Ela também registrou uma representação no STF, alegando omissão de socorro e uso desproporcional da força pelas autoridades.
A deputada foi atendida posteriormente pelo serviço médico da Câmara e registrou um boletim de ocorrência. A Polícia Legislativa justificou a ação afirmando que os manifestantes avançaram contra barreiras de segurança, ignorando pedidos para recuar. O incidente ocorreu durante o Acampamento Terra Livre, maior mobilização indígena do país, que reúne povos originários em Brasília desde o início da semana.