Facções criminosas estão tomando o controle do fornecimento de internet em comunidades brasileiras, expulsando provedores legais e impondo seu serviço clandestino. No Rio de Janeiro, Pará e Ceará, empresas do setor têm sido alvo de ameaças, extorsões e até incêndios, com mais de 120 investigações em andamento apenas no Rio. Os criminosos chegam a cobrar pedágio de operadoras autorizadas e usam mensagens intimidadoras para coagir moradores e técnicos, deixando milhares sem acesso à rede.
O problema vai além da violência, representando um risco à segurança digital. Sem regulamentação, as redes ilegais permitem que criminosos espionem comunicações, apliquem golpes e disseminem vírus. Associações do setor alertam para o perigo de a prática se espalhar pelo país, já que a resposta das autoridades ainda é insuficiente para conter a escalada do crime organizado nesse mercado lucrativo.
Autoridades afirmam estar trabalhando para combater o problema, com operações policiais e parcerias com a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel). No Ceará, por exemplo, 48 suspeitos foram presos após ataques a provedores. No entanto, a falta de uma ação coordenada e eficaz preocupa empresários e moradores, que veem o serviço de internet se transformar em mais uma frente de domínio do crime organizado.