O governo chinês acredita que o país tem condições de suportar as tarifas de 145% impostas pelos EUA sobre seus produtos sem precisar negociar em posição desfavorável. Analistas destacam que as exportações para os americanos representam apenas 3% do PIB da China, limitando o impacto econômico. Além disso, o mercado interno, impulsionado por uma classe média de 400 milhões de pessoas, pode absorver parte da produção que deixar de ser vendida aos EUA, reduzindo a dependência do comércio exterior, que já foi responsável por 70% do PIB na década de 1990 e hoje representa menos de 30%.
O presidente dos EUA afirmou estar disposto a reduzir as tarifas, mas não a eliminá-las, enquanto a China exige que os americanos parem com as ameaças e a coerção para que um acordo seja possível. A postura chinesa reflete uma estratégia de não ceder a pressões externas, aproveitando a robustez de sua economia doméstica.
Analistas também descartam que os produtos antes destinados aos EUA sejam redirecionados ao Brasil, devido às diferenças nos padrões de consumo entre os dois mercados. A solução preferencial seria direcionar essa produção para o mercado interno chinês, reforçando a autonomia econômica do país.