O livro “A Geração Ansiosa”, do autor Jonathan Haidt, destaca os impactos negativos do uso excessivo de celulares e redes sociais na infância, alertando para uma epidemia de transtornos mentais entre jovens. Haidt argumenta que as crianças foram transformadas em meras consumidoras de conteúdo, prejudicando seu desenvolvimento social e emocional. Ele defende medidas coletivas, como escolas livres de celulares, que já mostram resultados positivos em reduzir conflitos e melhorar o convívio entre alunos.
A entrevista com Haidt revela que, embora muitos pais reconheçam o problema, eles ainda relutam em limitar o acesso dos filhos às telas, muitas vezes por medo ou culpa. O autor também aborda a desigualdade no acesso à tecnologia, destacando que crianças de famílias mais pobres são as mais expostas aos riscos do consumo desregulado de conteúdo digital. Ele propõe que a proteção contra o excesso de telas seja tratada como uma questão de equidade, assim como foi o acesso à tecnologia no passado.
O debate sobre o tema ganhou força globalmente, com países como Reino Unido e Austrália liderando iniciativas legislativas para regular o uso de celulares por crianças. Haidt enfatiza que a solução não está apenas em restrições, mas em repensar a infância como um período de interações reais e experiências significativas, longe da dependência digital. O livro serve como um chamado para que pais, educadores e legisladores priorizem o bem-estar das crianças em um mundo cada vez mais conectado.