Campinas enfrenta uma onda de calor que promete durar até o próximo domingo (9), com temperaturas de 5 a 7°C acima da média. Esse calor extremo tem gerado impactos diretos na saúde da população, principalmente nos hemocentros, onde a doação de sangue tem diminuído devido ao desconforto e à menor circulação das pessoas. A situação é ainda mais grave, pois a demanda por sangue aumentou, criando um descompasso entre a necessidade e a oferta. Além disso, o calor tem afetado a concentração dos estudantes nas salas de aula, principalmente nas escolas públicas, que carecem de ventilação adequada, prejudicando o desempenho acadêmico.
No ambiente de trabalho, as altas temperaturas têm causado um aumento no risco de acidentes. Dados da Organização Internacional do Trabalho indicam que a probabilidade de lesões no trabalho aumenta em 10% sob calor excessivo. A condição de estresse térmico, quando o corpo não consegue dissipar o calor de forma eficiente, já resulta em mortes, com 4.200 trabalhadores vítimas de ondas de calor no mundo. A legislação trabalhista exige medidas de proteção, como ventilação artificial e uso de roupas especiais, sendo responsabilidade do empregador garantir um ambiente seguro para seus funcionários.
Em resposta a essa situação, a Secretaria de Educação do Estado de São Paulo tem investido na climatização das escolas estaduais, aumentando significativamente o número de unidades com ar-condicionado. Em 2023, apenas 9 escolas estavam climatizadas, mas atualmente esse número já chega a 692, com a meta de atingir mais de mil até o final do ano. O investimento de R$ 350 milhões visa melhorar as condições de aprendizado, especialmente nas regiões mais quentes do estado, para garantir um ambiente mais adequado para os alunos.