A decisão do presidente dos Estados Unidos de impor uma sobretaxa de 25% sobre automóveis e componentes específicos deve ter efeitos limitados nas exportações de veículos montados pelo Brasil, mas pode impactar significativamente o setor de autopeças. Em 2024, o país exportou apenas US$ 6 milhões em carros de passageiros para os EUA, valor considerado insignificante diante dos US$ 40,3 bilhões em vendas totais. No entanto, as autopeças representaram US$ 1,3 bilhão em exportações, com motores, transmissões e componentes elétricos entre os produtos potencialmente afetados.
A lista completa dos itens sobretaxados ainda não foi divulgada, o que dificulta a avaliação precisa do impacto. O Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (Mdic) destacou que mais de 250 códigos de produtos automotivos podem ser envolvidos, muitos com uso em outros setores, aumentando a complexidade da análise. Além disso, há incertezas sobre a aplicação da tarifa em caminhões leves, segmento no qual o Brasil exportou apenas US$ 1,5 milhão no ano passado.
Entidades do setor, como Abipeças e Sindipeças, expressaram preocupação com a medida, especialmente pela possibilidade de expansão da lista de produtos taxados. O Mdic monitora a situação e aguarda detalhes para avaliar possíveis ações de mitigação. A Anfavea, que representa os fabricantes de veículos, ainda não se manifestou. A ordem executiva permite que os EUA ampliem a lista conforme necessário, o que pode aumentar a vulnerabilidade dos exportadores brasileiros.