Na semana passada, acampamentos de gado no sudeste do Sudão do Sul foram atacados por agressores não identificados, resultando na morte de pelo menos 35 pessoas e deixando 46 feridos. O ataque, relacionado à disputa por recursos escassos, é um reflexo da tensão entre grupos étnicos no país, que enfrenta décadas de guerra e proliferação de armas. Segundo Mayom Ateny, líder comunitário local, os acampamentos de gado Dinka Bor foram os mais atingidos, com 11 mil cabeças de gado levadas pelos atacantes.
O gado é considerado um símbolo de riqueza e status no Sudão do Sul, sendo usado também como dote em casamentos, o que intensifica a competição entre as comunidades. As autoridades locais, incluindo representantes do condado de Magwi e do estado de Equatoria Oriental, não se manifestaram imediatamente sobre o ocorrido. A violência entre criadores de gado e comunidades agrícolas continua a crescer, gerando preocupações de escalada de conflitos no país.
A Missão das Nações Unidas no Sudão do Sul (UNMISS) expressou sua preocupação com a violência em andamento, destacando a necessidade de contenção entre as partes envolvidas. A guerra civil no Sudão do Sul, que durou de 2013 a 2018, causou centenas de milhares de mortes e, apesar da paz entre os principais combatentes desde então, os confrontos entre grupos armados persistem em várias regiões do país. A ONU condenou o ataque e pediu a fim das hostilidades.