Javier Zanetti, lendário ex-jogador da Inter de Milão e da seleção argentina, destacou-se não apenas por suas conquistas em campo, mas também por seu envolvimento em ações humanitárias. Um dos gestos mais marcantes ocorreu em 2004, quando ele mobilizou colegas de time e até rivais para arrecadar doações em apoio ao Exército Zapatista de Libertação Nacional (EZLN), movimento social mexicano que defendia os direitos de comunidades indígenas. A iniciativa incluiu a contribuição de 5 mil euros, provenientes de multas por indisciplina, para a construção de um hospital e uma escola em Chiapas, além de materiais esportivos e uma ambulância.
O interesse de Zanetti pela causa surgiu após um dirigente da Inter relatar a situação precária das populações indígenas no México, despertando no jogador uma identificação pessoal devido às suas próprias origens humildes em Buenos Aires. O argentino também enviou uma carta ao EZLN, expressando sua crença em um mundo mais justo e culturalmente diverso. O líder do movimento, conhecido como Subcomandante Marcos, agradeceu publicamente o apoio, elogiando a consciência social dos envolvidos.
A ação solidária de Zanetti reforçou a conexão entre o esporte e as causas sociais, mostrando como figuras públicas podem usar sua influência para promover mudanças positivas. Sua iniciativa, ainda pouco comum no mundo do futebol na época, serviu de exemplo de como o esporte pode transcender as fronteiras do campo e impactar realidades distantes. O episódio permanece como um legado humanitário em sua trajetória, além de suas conquistas esportivas.