A pandemia de Covid-19 trouxe à tona a urgência de o Brasil investir na produção nacional de vacinas, com foco no incentivo à pesquisa e ao desenvolvimento tecnológico. Em audiência pública realizada na Comissão de Ciência e Tecnologia (CCT), especialistas debateram um projeto de lei que busca destinar recursos para programas e pesquisas voltados à autonomia na fabricação de imunobiológicos. Instituições como Fiocruz e Instituto Butantan foram elogiadas por seu papel fundamental durante a crise sanitária, mas ficou evidente a necessidade de superar a dependência de insumos importados e consolidar uma infraestrutura científica mais robusta.
O financiamento contínuo foi apontado como essencial para evitar retrocessos no campo científico. Profissionais destacaram que interromper pesquisas pode significar retornar ao ponto inicial, já que a ciência exige continuidade. O Brasil possui vantagens estratégicas, como uma população geneticamente diversa, ideal para ensaios clínicos avançados, mas ainda carece de investimentos consistentes e parcerias internacionais. Representantes do Instituto Butantan alertaram que uma nova pandemia é inevitável e que o país precisa estar preparado para enfrentar desafios futuros, incluindo surtos de doenças como Influenza.
Os debatedores também ressaltaram o potencial das novas tecnologias, como as vacinas de RNA mensageiro, que estão sendo exploradas para tratar doenças como malária, leishmaniose visceral e até câncer. Apesar dos avanços, senadores enfatizaram que a falta de previsão orçamentária para projetos de longo prazo ainda é um obstáculo significativo. Para garantir autossuficiência e reduzir a vulnerabilidade em crises sanitárias, o financiamento adequado e a regionalização da capacidade produtiva são fundamentais. Os participantes concordaram que o fortalecimento da ciência nacional é vital para proteger a saúde pública e posicionar o Brasil como um polo global de pesquisa.