A Justiça argentina emitiu uma ordem de captura internacional contra vários ex-funcionários do governo de Mianmar, incluindo figuras de destaque, por crimes de genocídio e violações de direitos humanos contra a comunidade rohingya. A decisão foi tomada pela juíza María Servini, com base em uma denúncia apresentada em 2021, que iniciou uma investigação sobre os abusos cometidos por militares birmaneses. A ação está sendo conduzida dentro do princípio de jurisdição universal, previsto pela Constituição da Argentina, que permite julgar crimes de lesa-humanidade independentemente do local de ocorrência ou da nacionalidade dos envolvidos.
A ordem de captura envolve 25 indivíduos, sendo a maioria militares, além de ex-líderes civis, incluindo um ex-presidente e uma ex-conselheira de Estado de Mianmar. Os rohingyas, uma minoria muçulmana em um país de maioria budista, vivem em condições semelhantes ao apartheid, sendo forçados a fugir de perseguições desde 2017. Muitos se refugiaram na Malásia e em Bangladesh, onde vivem em campos de refugiados. A juíza Servini ressaltou que os crimes denunciados violam direitos humanos reconhecidos internacionalmente e exigem uma resposta judicial global.
A comunidade internacional tem se mobilizado em apoio aos rohingyas, com organizações como a Anistia Internacional denunciando abusos contínuos por parte das autoridades de Mianmar. A Argentina, ao acionar a jurisdição universal, reforça o compromisso com a luta contra impunidade em casos de crimes contra a humanidade, como os ocorridos com a comunidade rohingya. A investigação e a ordem de captura visam responsabilizar os envolvidos, buscando justiça para as vítimas dessas atrocidades.