A alta da inflação dos alimentos, registrada pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de janeiro, é principalmente atribuída à escassez de produtos como tomate e cenoura. O grupo de alimentos e bebidas apresentou uma variação de 0,96% no mês, contribuindo com 0,21 ponto percentual para o índice geral, que foi de 0,16% — o menor para o mês desde 1994. Este aumento está relacionado a fatores como a diminuição da oferta e dificuldades climáticas, afetando principalmente os preços dos tubérculos, raízes e legumes, com destaque para o tomate e a cenoura.
Entre as principais razões para a elevação nos preços, a concentração da produção de cenouras em poucos estados e os problemas climáticos que afetaram a produção de tomate são citados. Enquanto isso, as carnes apresentaram um aumento mais modesto, de 0,36%, devido à melhoria nas pastagens, impulsionada pelas chuvas. O governo observa a inflação dos alimentos como uma preocupação crescente e estuda medidas, como a redução de tarifas de importação, para facilitar o acesso a esses produtos, especialmente para famílias com renda de até 40 salários mínimos, que gastam uma parte significativa do orçamento com alimentação.
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, destacou que a queda recente do dólar e a expectativa de uma safra recorde em 2025 devem ajudar a controlar a inflação dos alimentos. Estima-se que a safra nacional cresça 10,2% em 2025, após a redução de 2024, trazendo uma perspectiva de alívio para os preços. As medidas e projeções indicam que, embora a inflação dos alimentos seja um desafio no curto prazo, há expectativas positivas para a estabilização dos preços no futuro próximo.