Em janeiro, a atividade industrial no Brasil apresentou um leve avanço, com o Índice de Gerentes de Compras (PMI) subindo de 50,4 em dezembro para 50,7. Embora o índice tenha permanecido acima da linha de 50, indicando expansão, o cenário geral foi de instabilidade, pressionado por preocupações com a política fiscal, as condições monetárias e a taxa de câmbio. A produção e a demanda seguiram fracas, e as novas encomendas cresceram no ritmo mais lento dos últimos 13 meses.
Apesar disso, os produtores mostraram um otimismo cauteloso, com destaque para o aumento de vagas temporárias, principalmente devido a expectativas de crescimento em setores como automotivo, agrícola e de construção. A criação de empregos foi a mais alta desde setembro de 2024, o que ajudou a melhorar o PMI. No entanto, a maior parte das contratações foi temporária, o que reflete a incerteza das empresas quanto à continuidade do crescimento esperado para o futuro próximo.
A pesquisa também indicou um aumento nas pressões de custos, impulsionado principalmente pela depreciação do real frente ao dólar e ao euro, além do aumento nos preços de materiais e frete. Cerca de 15% dos produtores elevaram os preços de venda em resposta, enquanto 5% optaram por oferecer descontos para atrair novas encomendas. Embora a inflação dos preços cobrados tenha diminuído, o cenário de custos elevados ainda impacta as perspectivas de crescimento para a indústria no Brasil.