O aumento do turismo em Pirenópolis tem gerado preocupações entre moradores e ambientalistas, especialmente em relação ao impacto dos empreendimentos no meio ambiente e na infraestrutura urbana. O caso do Quinta Santa Bárbara Eco Resort, localizado em uma área de preservação permanente, exemplifica os desafios enfrentados pela cidade. Em 16 de fevereiro, chuvas intensas causaram alagamentos no bairro do Bonfim, levantando questões sobre a falta de drenagem adequada e os impactos da construção do resort em um terreno impermeável. Especialistas apontam que o crescimento urbano desordenado e a ausência de planejamento estão agravando situações como essas.
Além dos problemas ambientais, o modelo de negócios do resort tem sido alvo de críticas. A venda de cotas em um sistema de multipropriedade é vista como um fator que favorece a especulação imobiliária e a concorrência desleal com os pequenos negócios locais. A aprovação do projeto, que ocorreu apesar das preocupações da comunidade, resultou em uma construção que destoa da arquitetura histórica da cidade, alterando o padrão de recuo das casas na Rua do Bonfim. Ambientalistas e especialistas continuam alertando para a necessidade de um planejamento urbano adequado para mitigar os impactos do crescimento do turismo na região.
A construção do resort também tem sido marcada por disputas judiciais desde 2015, com investigações sobre impactos ambientais e o uso inadequado de áreas de preservação. Embora o empreendimento tenha obtido as licenças necessárias e feito ajustes no projeto, o impacto ambiental continua a ser um tema controverso. Recentemente, o resort se defendeu das acusações, afirmando que foi vítima de uma grande atividade meteorológica que causou os danos, mas continua a ser um símbolo das tensões entre o desenvolvimento turístico e a preservação ambiental na cidade.