A Prefeitura de Campo Magro, na Região Metropolitana de Curitiba, enfrenta uma grave crise financeira após a gestão anterior deixar uma dívida superior a R$ 85 milhões com fornecedores e outros compromissos. O atual prefeito, Rilton Boza, explicou que o atraso no pagamento dos salários dos servidores foi causado pela falta de recursos em caixa e pelo processo burocrático de transição das contas da gestão anterior para a nova administração. A cidade, com 585 servidores efetivos e vários estagiários, recorreu a recursos do Fundo de Participação, enviados pela União, para quitar os salários dos funcionários nesta semana, mas ainda enfrenta dificuldades para honrar outros compromissos, como aluguéis e pagamentos a fornecedores.
O ex-prefeito Claudio Cesar Casagrande, por sua vez, defendeu sua administração, afirmando que deixou recursos suficientes nas contas da Prefeitura para o pagamento dos funcionários. Ele explicou que o processo de transição financeira inclui formalidades, como a assinatura de documentos e a atualização das contas bancárias, o que, segundo ele, impediu que os pagamentos fossem feitos imediatamente pela nova gestão. Casagrande também ressaltou que, durante sua gestão, os pagamentos sempre foram feitos em dia.
A situação gerou impactos diretos nos servidores municipais, como no caso de Vinícius Monteiro, estagiário da educação municipal, que teve dificuldades para pagar suas contas pessoais devido ao atraso no salário. Ele criticou a gestão pela falta de repasse aos fornecedores, destacando que nunca havia enfrentado tal problema em dois anos de trabalho. A crise financeira na cidade ainda está sendo gerida de forma gradual, com a Prefeitura tentando resolver as pendências enquanto lida com as consequências para os servidores e a população local.