A Justiça da Coreia do Sul emitiu nesta terça-feira (7) um novo mandado de prisão contra o presidente afastado, que é investigado por insurreição devido a um decreto de lei marcial. A renovação do mandado foi confirmada pelo Escritório de Investigação de Corrupção de Altos Funcionários, que tenta garantir a detenção do presidente. A expiração do primeiro mandado ocorreu às 0h de terça-feira, horário local, e a renovação foi solicitada após a falha da primeira tentativa de prisão realizada na última sexta-feira (3). O processo de investigação segue em andamento, e a polícia discutiu com a agência anticorrupção formas mais eficazes de realizar a prisão, já que o líder encontra-se protegido por centenas de agentes de segurança.
Desde o início de dezembro, a Coreia do Sul vive uma grave crise política, desencadeada pela declaração surpresa de um decreto de lei marcial que restringia direitos civis. Após o bloqueio do decreto pelo Parlamento, o presidente afastado foi alvo de um impeachment e passou a ser investigado por insurreição, um crime com penas severas. O caso ganhou ainda mais atenção com o fato de que, caso a prisão seja concretizada, ele poderá se tornar o primeiro presidente sul-coreano a ser preso enquanto ainda ocupa a presidência, apesar de estar afastado do cargo.
Nos últimos dias, o clima político em Seul tem sido marcado por intensos protestos, com milhares de pessoas se manifestando a favor e contra o presidente afastado. Em meio à pressão crescente, os investigadores tentaram, sem sucesso, cumprir a ordem de prisão na sexta-feira, quando houve confronto com os agentes de segurança presidencial. O Tribunal Constitucional agendou o início do julgamento de destituição para o próximo dia 14 de janeiro, o que poderá ocorrer mesmo com a ausência do presidente. Enquanto isso, as tensões internas também atraem a atenção internacional, com os Estados Unidos apelando por um caminho estável para o futuro político do país.