Agricultores poloneses decidiram suspender os protestos que bloqueavam a fronteira de Medyka, no Sudeste da Polônia, após o governo prometer rejeitar formalmente o acordo comercial entre a União Europeia (UE) e o Mercosul. O compromisso foi anunciado pelo ministro da Agricultura, que afirmou que a posição contrária será adotada oficialmente pelo governo e pelo parlamento. A decisão busca atender às preocupações dos produtores locais, que temem a entrada de produtos agrícolas mais baratos e menos regulados, como carnes bovina e de aves, prejudicando a competitividade do setor na Polônia.
O acordo Mercosul-UE, negociado durante duas décadas e politicamente concluído em 2019, tem gerado resistência em vários países europeus, como França e Polônia, devido a questões de sustentabilidade e práticas agrícolas nos países do Mercosul. Durante as negociações com os agricultores poloneses, foi estabelecido um cronograma para atender às demandas, incluindo a exclusão do tratado e medidas para mitigar impactos de desastres naturais no setor. O governo também anunciou a criação de grupos de trabalho para elaborar soluções conjuntas de longo prazo, com base em análises técnicas e consultas com especialistas.
A oposição ao acordo reflete temores mais amplos entre agricultores europeus de que a redução de tarifas prejudique práticas agrícolas locais e favoreça competidores que utilizam métodos proibidos na UE. Além da Polônia, a França também reforçou seu posicionamento contrário, citando preocupações com o uso de pesticidas e a sustentabilidade. Apesar das críticas, as negociações entre Mercosul e UE continuam buscando consolidar um dos maiores blocos comerciais do mundo, equilibrando interesses econômicos e sociais de ambas as regiões.