Nos últimos dias, as deportações realizadas pelo governo dos Estados Unidos geraram polêmicas com países da América Latina, incluindo Brasil e Colômbia. No caso do Brasil, o governo brasileiro protestou contra o tratamento dado a cidadãos deportados, especialmente após a informação de que 88 brasileiros foram transportados algemados. Em resposta, o Ministério das Relações Exteriores do Brasil afirmou que exigirá explicações do governo dos Estados Unidos, considerando o uso de algemas como uma violação de acordos bilaterais. O incidente levou à convocação de uma reunião urgente da Comunidade dos Estados Latino-Americanos e do Caribe (Celac) para discutir questões de migração, marcada para o dia 30 de janeiro em Tegucigalpa, Honduras.
A situação gerou também uma crise com a Colômbia, que se recusou a receber voos fretados pelos EUA com cidadãos deportados. Como retaliação, o governo americano anunciou a imposição de tarifas de 25% sobre todos os produtos colombianos. Em resposta, a Colômbia anunciou uma medida semelhante, aplicando a mesma tarifa sobre produtos norte-americanos. A convocação para a reunião da Celac ocorreu após pedido do presidente colombiano, Gustavo Petro, e o Brasil ainda analisa a participação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva no encontro.
Além da mobilização diplomática, o Ministério da Justiça brasileiro ficou ciente da situação e acionou autoridades para que uma aeronave da Força Aérea Brasileira (FAB) fosse enviada a Manaus para repatriar os brasileiros deportados. O governo brasileiro reiterou que as condições acordadas com os Estados Unidos, que previam repatriação de forma digna e respeitosa, foram desrespeitadas, e que tais práticas são inaceitáveis para o país.