O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central decidiu aumentar a taxa básica de juros, a Selic, em 1 ponto percentual, passando de 12,25% para 13,25% ao ano, em sua primeira reunião sob a liderança de Gabriel Galípolo. A decisão foi unânime e alinhada com as expectativas do mercado financeiro, que já antecipava essa elevação. O comitê também sinalizou que mais um aumento da mesma magnitude pode ocorrer em março, refletindo a persistência das pressões inflacionárias e a necessidade de adotar uma política monetária mais contracionista.
O Copom destacou em seu comunicado a preocupação com a deterioração das expectativas de inflação, que levaram ao ajuste na Selic. A projeção para o IPCA deste ano foi elevada de 4,5% para 5,2%, acima do teto da meta estabelecida pelo Banco Central. A decisão de continuar elevando os juros visa combater o avanço da inflação, que é alimentada, entre outros fatores, pela forte atividade econômica e pela pressão no mercado de trabalho. O ciclo de alta dos juros, iniciado em setembro de 2024, já acumula um aumento de 2,75 pontos percentuais.
A política monetária mais restritiva gerou preocupações, principalmente no setor produtivo. Empresários, como o presidente do Ciesp, expressaram temores de que juros altos impactem a competitividade da indústria brasileira. Por outro lado, críticos da alta da Selic, incluindo representantes políticos, argumentam que essa medida pode prejudicar o crescimento econômico, tornar mais cara a dívida pública e afetar as famílias endividadas. O Copom seguirá monitorando a evolução da inflação e ajustando a taxa de juros conforme o cenário econômico, com a próxima reunião marcada para março.