O presidente francês, Emmanuel Macron, reafirmou nesta quinta-feira, 5, que não irá renunciar ao cargo e cumprirá seu mandato até 2027, apesar da pior crise política que enfrentou desde sua eleição em 2017. Macron anunciou que indicará um novo primeiro-ministro nos próximos dias, após a queda do governo de Michel Barnier em um voto de desconfiança na Assembleia Nacional. A decisão foi apoiada por uma aliança improvável entre partidos de esquerda e a extrema-direita, que juntos conseguiram derrubar o governo com 331 votos, superando o mínimo necessário de 288.
A principal questão que precipitou a crise foi o plano de austeridade proposto por Barnier para reduzir o déficit fiscal de 2025, que incluía cortes no orçamento e aumento de impostos. A proposta, porém, gerou resistência de várias facções políticas, incluindo a de Marine Le Pen, que havia apoiado a nomeação do premiê. Com a instabilidade política, o governo corre o risco de não conseguir aprovar o orçamento de 2025, o que poderia levar a uma paralisia administrativa, embora a Constituição permita medidas especiais para evitar o caos total.
Com o Parlamento dividido e sem maioria absoluta, Macron precisará encontrar rapidamente um novo líder para o governo. Yaël Braun-Pivet, presidente da Assembleia Nacional, afirmou que a França não pode ficar à deriva por muito tempo e que é essencial ter um líder capaz de dialogar com todos os partidos para garantir a aprovação do orçamento. Enquanto isso, Barnier permanece como premiê interino, mas a pressão sobre o presidente aumenta, especialmente com a visita iminente de líderes internacionais e a reabertura da catedral de Notre-Dame, um evento simbólico para o governo.