A Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) iniciou uma campanha com o objetivo de esclarecer os procedimentos de inspeção pessoal nos aeroportos brasileiros. A ação, lançada em 18 de dezembro de 2024, reforça que as revistas realizadas durante o embarque são feitas de maneira aleatória e não têm relação com características pessoais dos passageiros, como raça, gênero, ou religião. A campanha busca conscientizar os viajantes sobre a aleatoriedade das inspeções e garantir que todos sejam tratados com respeito durante o processo, conforme as diretrizes da Organização da Aviação Civil Internacional (OACI).
A Anac também destaca que a inspeção de segurança é uma medida necessária para garantir a segurança da aviação civil, prevenindo a entrada de materiais proibidos nos aviões e nas áreas restritas dos aeroportos. No material informativo, a agência explica que os passageiros que se sentirem desrespeitados ou discriminados podem formalizar suas queixas nas ouvidorias dos ministérios e da própria Anac, por meio da plataforma Fala.BR. A agência também orienta que, caso haja qualquer desconforto durante a revista, o passageiro pode solicitar que a medida seja realizada em local reservado e por agentes de seu mesmo gênero.
Contudo, a campanha ocorre em meio a relatos de passageiros que se sentiram discriminados durante as inspeções. Casos recentes, como os de duas pessoas negras que alegaram ter sido alvo de abordagens seletivas, geraram debates sobre a necessidade de revisões nos procedimentos de segurança para garantir que o racismo estrutural não se reproduza no ambiente aeroportuário. A Anac reconhece a importância de tratar todos com dignidade, mas também ressalta que a segurança deve ser mantida e que os passageiros devem cooperar com as inspeções para evitar riscos à aviação.