Em outubro de 2024, os preços ao produtor no Brasil registraram uma alta de 0,94%, superando o aumento de 0,62% observado no mês anterior. Esse foi o nono aumento consecutivo e o maior desde julho, quando a variação foi de 1,53%. Com isso, o Índice de Preços ao Produtor (IPP) acumulou um avanço de 5,89% nos últimos 12 meses. O resultado reflete o comportamento de 15 das 24 atividades analisadas pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), destacando-se os setores de alimentos, indústrias extrativas, metalurgia e veículos automotores.
A maior contribuição para o aumento de preços em outubro veio do setor de alimentos, que teve uma alta de 1,81%, marcando o sétimo mês consecutivo de crescimento. O aumento nos preços das carnes, especialmente a bovina, foi um dos principais fatores, impulsionado pela menor oferta de animais para abate devido ao clima adverso e pelo crescimento das exportações. Além disso, o setor de indústrias extrativas, com um aumento de 7,84%, também exerceu uma forte pressão sobre o IPP, com destaque para a extração de minerais e petróleo. A alta do dólar teve papel importante, influenciando tanto a inflação interna quanto as exportações.
Esse cenário de alta nos preços contrasta com o desempenho de 2023, quando o IPP registrou uma queda acumulada de 4,47% nos primeiros dez meses do ano. A dinâmica observada em outubro evidencia a recuperação de setores chave da economia, especialmente os ligados a commodities e produtos primários. A aceleração dos preços ao produtor pode ter impacto sobre a inflação e os custos de produção, afetando a cadeia de abastecimento e o consumo interno nos próximos meses.