O Brasil tem hoje quase 16,4 milhões de pessoas vivendo em favelas, o que representa 8,1% da população total do país, segundo dados recentes do Censo Demográfico de 2022, divulgados pelo IBGE. O levantamento identificou 12,3 mil favelas ou comunidades urbanas espalhadas por 656 municípios, o que corresponde a menos de 12% das cidades brasileiras. São Paulo concentra a maior quantidade de comunidades, com 3,1 mil, seguido do Rio de Janeiro, com 1,7 mil, e Pernambuco, com 849. Rocinha, no Rio, continua sendo a maior favela do Brasil, com 72 mil habitantes, enquanto Sol Nascente, no Distrito Federal, ocupa o segundo lugar com 70,9 mil moradores.
O novo conceito de favela usado pelo IBGE inclui áreas formadas por estratégias autônomas e coletivas para suprir a falta de políticas públicas adequadas para moradia e infraestrutura. As mudanças permitiram a inclusão de novas áreas não identificadas no Censo de 2010 e o refinamento dos limites de comunidades mapeadas anteriormente, o que torna a comparação direta entre os censos de 2010 e 2022 inadequada. Segundo o IBGE, o Sudeste segue com a maior concentração de favelas, com 6 mil comunidades, ou 48,7% do total, seguido pelo Nordeste, com 3,3 mil.
A região Norte se destaca proporcionalmente, com alta concentração de favelas, especialmente no Amazonas, onde um em cada três moradores vive em áreas assim classificadas. A expansão dessas comunidades na Amazônia Legal, particularmente em Manaus, levanta alertas para riscos ambientais e sociais. Entre as 20 maiores favelas brasileiras, oito estão no Norte, sete no Sudeste e quatro no Nordeste. O levantamento revelou ainda que existem 6,5 milhões de domicílios em áreas de favelas, dos quais 84,8% são residências particulares permanentes.